COLOCANDO O CONHECIMENTO NA MÃO DO PACIENTE

 

Ansiedade 

 

A ansiedade é um estado natural e necessário. É uma resposta do organismo onde o mesmo adquire adquire alterações momentâneas para colocar o corpo em condições de fugir ou combater a resposta ao estresse que estamos vivendo. 

 

Qual a diferença do Medo para a Ansiedade?

 

O medo é uma resposta adrenal súbita, intensa a um estímulo preciso imediato mediado pelos neurotransmissores Noradrenalina e Adrenalina produzidos na medula adrenal.

 

Exemplo: Você se depara com um cão feroz, imediatamente a adrenal secreta esses neurotransmissores e uma serie de mudanças acontecem subitamente no seu organismo. As pupilas se dilatam: Para enxergar melhor a ameaça. A pulsação e respiração aceleram: Para oxigenar melhor os tecidos. A pele empalidece: pois o sangue é desviado da pele e de orgãos secundários como o sistema digestivo para os músculos, pulmões e cérebro. Preparando o corpo lutar ou fugir. Os pelos ficam arrepiados: A piloereção faz os animais parecerem maiores do que realmente são para possivelmente amedrontar a ameaça eminente.

 

Assim que a ameaça desaparece as alterações no organismo desaparecem tambem.

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A ansiedade assim como o medo também vai provocar todas essas alterações no organismo.

 

A diferença é que a ansiedade é uma resposta adrenal crônica, sútil a um estímulo impreciso e longinguo mediado pelo hormônio cortisol produzido na medula adrenal.

 

Exemplo: Você está se preparando para uma prova de concurso. A estresse dessa situação provoca todas essas alterações físicas vistas anteriormente, porém em uma escala menor e mais sútil para colocar o organismo em condições de enfrentar o estresse.

 

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Como podemos observar a ansiedade é uma resposta natural e benigna do organismo. Todos sentem ansiedade e todos devem sentir. 

 

O que é esperar de uma pessoa emocionalmente saudável? Reação benigna e auto-limitada de ansiedade diante de situações estressantes resultando em mudanças positivas na vida do indivíduo devido o auto-aperfeiçoamente adquirido através do estímulo produzido pelo estresse resultando na solução do estresse.

 

Ou então quando se trata de algo que nada pode ser feito a respeito, como um emprego estressante, entretanto que não vai mudar, a ansiedade se estende por um período maior, e se as mudanças decorrentes do estresse encontram um limite de aproveitamento, o que ocorre é a pessoa lentamente adaptar sua fisiologia aquele rítmo maior de trabalho sem que isso seja mais estressante.

 

Quando a ansiedade deixa de ser natural e se torna patológica?

 

 A ansiedade se torna patológica quando a mesma provoca sofrimento emocional importante ou leva a prejuízos importantes na saúde física, social e profissional.

 

Como isso acontece? Geralmente quando o indivíduo se vê exposto a um tempo muito prolongado a um estímulo estressor e a sua fisiologia não consegue se adaptar a esse estímulo produzindo um estado permanente de ansiedade. Essa dificuldade de adaptação pode ter várias causas desde causas morais: O indivíduo se recusar voluntáriamente aceitar o que está vivendo. causas fisiológicas: O estresse é realmente maior do que a fisiologia daquele indivíduo consegue digerir. e causas patológicas: O indivíduo que sofre abuso, assédio moral, violência física e patrimonial.

 

As causas dos transtornos de ansiedade são muitas. E essa condição de saúde precisa ser encarada como uma patologia séria que necessita de auxílio multiprofissional, incluindo médicos e psicoterapeutas. 

 

A ansiedade patológica pode se manifestar de muitas formas diferentes. Estando essas relacionadas aos gatilhos dessa ansiedade e a personalidade do indivíduo. Pessoas com muita necessidade de controle custumam desenvolver o Transtorno Obsessivo Compulsivo, pessoas muito inseguras sobre suas capacidades desenvolvem Transtorno de Ansiedade Generalizada, pessoas que se cobram demasiadamente desenvolvem Burn Out. O excesso do estresse pode aparecer na forma de crises de ansiedade como na Síndrome do Pânico ou no Transtorno de Somatização. Como podemos observar o transtorno de ansiedade é um tema complexo e na suspeita que está diante de um quadro como esse o auxílio profissional é indispensável.

 

Todo indivíduo possui dificuldades morais e intelectuais, portanto todos estão sujeitos a adoecerem emocionalmente, a ação de prevenção mais eficiente é sempre a busca pelo auto-conhecimento. O auto-conhecimento nos revela os nossos pensamentos e comportamentos patológicos que contém a semente do adoecimento emocional. Corrigindo essas questões, aplicando um saneamento mental, moral e emocional periódicamente, o indivíduo elimina as raizes do adoencimente de dentro de si. 

 

Alimentação Mental

 

Quando pensamos a nossa alimentação física muitos indivíduos acreditam que se alimentar bem é apenas comer alimentos saudáveis. Quando na realidade, se alimentar bem, é: comer alimentos saudáveis, em quantidades corretas, combinações corretas de alimentos, alimentos certos para determinados horarios do dia, comer o alimento observando suas cores, formas, texturas e sabores com atenção e presença e mais algumas coisas.

 

A digestão começa quando colocamos os olhos no alimento, pois nosso cerebro já envia um sinal ao estômago para esvaziar, as mucosas para secretarem enzimas digestivas e etc. O corpo já prepara sua fisiologia para digerir de forma eficiente o alimento que irá receber.

 

Mas o que acontece na atualidade é o individuo comer ao mesmo tempo que assiste televisão, mexe no celular e conversa com alguém. Sem perceber já se esqueceu o que acabou de ver no celular, não sabe dizer o que está passando na TV, e esqueceu o que o amigo acabou de dizer, muito menos seu cérebro e seu estômago sabem o que ele está comendo. 

 

Uma digestão ruim leva ao acumulo de resídios metabólicos mau digeridos que intoxicam os tecidos provocando doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, artrites e colesterol alto e etc.

 

O que as pessoas não sabem é que a nossa digestão mental funciona da mesma forma. 

 

Se estamos consumindo estímulos mentais em quantidades excessivas, combinando conteúdo ruins, em horarios inapropriados, conteúdo de qualidade baixa excessivamente excitatórios, que não estimulam auto-conhecimento, que estimulam paixões, fantasias, abusos e comportamentos de risco. O resultado é a formação de um corpo mental adoecido e consequentemente um cérebro adoecido, inclusive com defcit de produção de neurotransmissores importantes como Dopamina e Serotonina.

 

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Intoxicação Digital

 

Intoxicação digital é um conjunto de sinais e sintomas observados em indivíduos que fazem uso ostensivo de estímulos digitais (Celular, Computadores, Tabletes, Vídeo games e televisores.)

 

Poucos segundos com um Smarthphone em mãos um indivíduo recebe uma enxurrada de estímulos neurais através de cores fortes, movimentos, luzes piscando, sons e informações complexas e muitas vezes inuteis e nocivas. Essa hiper estimulação provoca um estado de aceleração mental que resulta em ansiedade.

 

Nunca antes de nossa geração atual, em toda a história da humanidade, um ser humano era capaz de se estimular tão excessivamente através de apenas um clique isso, portanto, não é natural nem fisiológico que isso ocorra.

 

Essa enxurrada de estímulos provoca uma liberação alta de Dopamina no cérebro do usuário. Um neurotransmissor que além de provocar uma intensa sensação de prazer, também está associado ao processo do vício.

 

      Foi observado que crianças imediatamente após interrupção do uso de Smathphones e tabletes apresentam um estado de hiper agitação, ansiedade, irritabilidade, desobediência e sintomas de abstinência. O uso crônico de estímulos eletrônicos na infância leva a diminuição dos níveis normais de Dopamina da criança o que aumenta incidência de doenças como: ansiedade, depressão, síndrome do pânico, transtorno opositor desafiador, insônia, defict de atenção e hiperatividade.

 

Os indivíduos das gerações atuais apresentam índices muito maiores de suicídio, transtornos alimentares, transtorno de auto mutilação, transtorno de auto-imagem, depressão e pânico. Quadros diretamento relacionados a uma relação precoce e ostensiva com estímulos eletrônicos, smarthphones, video games, redes sociais.

 

Sabemos que infelizmente esses produtos são projetados para viciarem o consumidor e é nítido como a maioria de nós adultos já possuímos uma relação de dependência de celular e outros estímulos. Não precisamos demonizar ou moralizar as tecnologias, precisamos apenas nos armar de conhecimento para compreendermos como criarmos uma relação saudável com esses novos desafios. Lembrando que essas tecnologias são responsáveis por avanços muito positivos na atualidade.

 

Recomendamos um documentário que aborda esse tema mais profundamente!

Disponível na Netflix: O Dilema das Redes.

 

“Aprender sem pensar é esforço vão; pensar sem nada aprender é nocivo.”

- Confúcio

 

 

 

Matéria escrita pelo nosso colaborador, clinico geral e medico do trabalho: Thales Machado.

 

Thales Machado: tem formação em Ayurveda e Medicina do Trabalho com 6 anos de atuação como médico examinador.

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